Autor: Frederico F. Carneiro, Graduado em Ciência da Computação, Pós Graduado em Gestão de Projetos

Um recente estudo do renomado instituto de pesquisa McKinsey Global Institute alerta que 98% da economia está sendo influenciada pelos processos de modernização e digitalização. Nunca se viveu em uma era na qual fosse tão importante para as empresas reverem seus processos internos e se adaptarem às novas tendências para se manterem competitivas, diferenciando de seus concorrentes, e prontas para encarar crises. Por isso as empresas devem, a cada dia mais, se atentar ao fato que os trabalhos estão ficando cada vez mais dependentes de tecnologia, este é um caminho sem volta, ou as empresas se digitalizam ou morrem.

MAS COMO ESSAS MUDANÇAS AFETAM DIRETAMENTE NOSSAS VIDAS?
Vamos tomar como exemplo os jornais, a rádio e a televisão, que até o século passado eram os maiores meios de comunicação da sociedade e hoje se desmancham às nossas vistas. O jornal, em mídia impressa, já não é tão relevante e deu lugar à noticiários online nos quais os acontecimentos são narrados em tempo real como no Twitter, Facebook e outros. As rádios já perderam espaço para o streaming como serviços Spotify e iTunes. E o que dizer da televisão? Estamos vivendo na era em que ela está passando pela sua maior transformação desde que foi inventada. Serviços como Netflix  e Youtube deram ao telespectador o poder que decidir o que ver e quando quer ver.

Vivemos uma revolução digital e apenas aquelas empresas que conseguirem fazer uso da tecnologia conseguirão transformar seus ambientes de trabalho de tal forma a se manterem competitivas no mercado. Neste aspecto, grandes empresas, embasadas em tecnologia digital, têm influenciado setores tradicionais, como o de transporte e hotelaria, como demonstrado na imagem a seguir.

  Imagem 1 – Era Digital: grandes empresas digitais sem nenhum ativo

ACESSO À TECNOLOGIA
No início dos anos 2000, a tecnologia ainda era cara em países como o Brasil. Computadores eram importados e os softwares existentes eram produtos de prateleira de grandes empresas americanas como Microsoft e IBM, sendo que a compra da licença e implantação poderiam custar alguns milhares de reais. Além disso, a internet havia pouco mais de 5 anos de vida no país, ainda era discada e possibilitava apenas a troca de mensagens via e-mail e a navegação em websites pouco amigáveis. Adquirir servidores e software custavam caro às companhias, valores que inviabilizariam suas operações, não justificando assim o benefício prometido. Mas hoje, todo esse panorama mudou, e muito!

Com o advento das tecnologias nuvem (cloud), hoje é acessível para qualquer empresa possuir supercomputadores que realizam processamentos de dados, processo antes acessíveis apenas a super empresas como a NASA e Governos de países desenvolvidos.

O modelo de negócio que permitiu qualquer empresa ter acesso a tecnologia é conhecido como “modelo de serviço”, como por exemplo, o “Plataform as a service” e o “software as a service”, ou respectivamente, plataforma como serviço e software como serviço.

A plataforma ou software como serviço funciona de maneira a empresa alugar por um baixo valor mensal, a infraestrutura e o software desejado, assim, o “SAAS” (software as a service) abre um mundo de oportunidades para que as empresas testem os benefícios de um software sem ter que gastar rios de dinheiro com licenças de uso, implantações demoradas e treinamento de equipe.

 A INOVAÇÃO NAS GRANDES EMPRESAS
Como citado, a capacidade de inovar das empresas é o fator que dita quem permanece no mercado e quem fechará suas portas, porém inovar não é fácil. Grandes empresas possuem processos burocráticos e complexos, que acarretam em dificuldades de inovação, porque elas estão muito focadas em seu negócio. Muitas dessas empresas não se arriscam em inovar por medo de perder dinheiro ou por não possuírem em suas equipes colaboradores visionários com as ideias ousadas que mudarão o mundo. É nesse contexto que as startups surgem, oferecendo um leque tecnologias para solucionar problemas que antes era deixados de lado ou que nem eram conhecidos.

A adoção de tecnologias criadas por startups pode ser visto como uma terceirização de um departamento de pesquisa e desenvolvimento. Atualmente há disponíveis soluções para os mais diversos setores da indústria e a tendência é de que mais e mais startups sejam criadas e que tenham suas tecnologias absorvidas por outras empresas.

Neste aspecto, alguns setores estão mais abertos à aplicação de tecnologia do que outros, como demonstrado na Imagem 2, que apresenta a relação de alguns setores, separando os que tradicionalmente fazem mais uso de tecnologia, dos mais restritivos.

Imagem 2 – Setores e o uso de tecnologia

A TECNOLOGIA NO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Como citado na Imagem 2, a construção civil é um dos setores mais carente no uso de tecnologia, e um dos processos mais arcaicos ainda empregados está relacionado ao gerenciamento de resíduos.

De acordo com pesquisas realizadas pela empresa Ambiência Soluções Sustentáveis, especialista em gestão e gerenciamento de resíduos, a grande maioria das construtoras, quando muito, ainda utiliza o Excel como ferramenta para gerenciar dos dados da geração de resíduos de suas obras.

O Excel, ferramenta que completa em 2017 trinta anos de existência, ainda é altamente utilizado pelas empresas para cadastro de dados da geração de resíduos. Sem dúvidas o software foi uma revolução, mas, devemos considerar o fato que o Excel é uma ótima ferramenta para tabulação de dados e só, ele não foi desenvolvido para gestão de banco de dados.

Por mais que esta ferramenta tenha evoluído ao longo dos anos, ela ainda mantém a premissa básica de ser uma planilha onde é aceito qualquer tipo de informação disposta em linhas e colunas. O gerenciamento de resíduos é muito mais complexo que isso. Computar complexas estruturas de dados em somente linhas e colunas é como jogar no lixo informações valiosas de seus processos.

Para se obter os melhores benefícios da tecnologia, as empresas devem investir na melhoria de seus processos internos com o uso de softwares especialmente moldados para seu negócio e fugir das ferramentas genéricas, como Excel, que apenas resolvem o problema por determinado tempo, mas a longo prazo não supre as necessidades de uma empresa que quer fazer bom uso da informação gerada.

Imagem 3 – Tecnologia nos canteiros de obra

Um exemplo de software voltado para a construção, mais especificamente para o gerenciamento de resíduos, é o NETResíduos. O sistema faz a gestão online dos dados sobre a geração, transporte e destinação de resíduos da construção civil. A ferramenta possibilita às construtoras terem total controle sobre todos os dados relacionados a seus resíduos. Relatórios para órgãos licenciadores, como Secretarias de Meio Ambiente, por exemplo, que sem uso do sistema levavam dias para serem feitos, no NETResíduos são elaborados em poucos segundos.

Os gestores terão acesso a painéis de controle com os principais indicadores das obras,  como por exemplo, qual o índice de segregação dos resíduos destinados, qual a quantidade de CTRs com pendências ou ausentes, qual a tipologia da geração de resíduos. Com a digitalização dos CTRs (Controle de transporte de resíduos), a obra possuirá acesso rápido e seguro e poderá buscá-los de forma instantânea. Além disso, se terá acesso à documentação dos transportadores e áreas receptoras, podendo saber com antecedência, quais deles possuem problemas com licenças e demais documentações.

O NETResíduos leva inovação para um setor acostumado com a falta de padronização, a insegurança e perda de informações devido ao uso de ferramentas erradas. Para conhecer mais sobre a solução NETResíduos, acesse http://www.netresiduos.com.br.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como citado, o uso de softwares especialistas é mais vantajoso do que o uso de softwares generalistas, na maioria dos casos. A economia inicial gerada pelo uso de softwares genéricos, como Excel, a longo prazo se tornam o pesadelo dos gestores devido à falta de padronização, descentralização da informação e falta de automatização de processos. O Excel não enviará um email ou alerta quando o um importante indicador estiver piorando. Ele também não garantirá que aquela informação foi inserida pelas pessoas que realmente tem acesso ou validará os dados de forma a garantir que eles estejam em conformidade para criação de relatórios estratégicos ou para tomadas de decisões.

Softwares especialistas foram desenvolvidos para solução dos reais problemas da empresa. Garantem que a informação inserida está correta, que apenas as devidas pessoas tenham acesso e o mais importante, há inteligência especialista processando o dado e o transformando em informação estratégica para auxiliar a empresa na otimização de processos, redução de riscos e consequentemente, redução de custos.

REFERËNCIAS

PLUGandPLAY – http://plugandplaytechcenter.com/2016/08/18/corporate-innovation-infographic/

Ambiëncia – http://www.ambiencia.org

Empresas 2.0 – A revolução digital e o uso de tecnologia no gerenciamento de resíduos
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